trança

e de repente acabou.

aqui um pedacinho do grande que foi.

ê São Paulo

essa cidade é mesmo uma loucura

uma pomba, que poderia voar por cima dos carros, esperou na calçada o farol de pedestres abrir e atravessou a Rebouças à pé.

H. e M.P.

a última coisa que ouvi antes de dormir

"querida, quando você terminar este trabalho a gente compra uma garrafa de Heidegger e outra de Merleau-Ponty e comemora"

pronto! podem trazer as taças!

meteoros

têm dias que as coisas caem dos céus.

a algum tempo sai de casa para pegar meu carro, estacionado sempre no mesmo lugar, e de brinde tinha um copo de 500ml do Mcdonalds em cima do capô, se não bastasse pensar que meu carro era lixo, ainda jogaram o resto de coca no meu vidro, o que num dia de sol me deu bastante trabalho para desgrudar todo o açucar.

Aí eu fiquei imaginando...

o tomador de coca-cola estava passeando com um copo médio do Mc, não aguentou mais, olhou para o meu carro e pensou "ah! um bom lugar para jogar o resto da coca!" e pronto, o fez. Ou então Deus estava tomando uma coca e deixou cair lá de cima, com o impacto espalhou o líquido por todo meu carro.
de qualquer forma eu tive azar em ser a escolhida...

hoje aconteceu de novo, mas os céus capricharam dessa vez.
e então, de novo de carro, na esquina de casa, vi se aproximando um ovni preto, tudo durou menos de um segundo mas eu vi todo o trajeto, e pronto, em um piscar de olhos fui atingida pelo meteoro! Alguém errou meu vidro por 10cm, mas acertou em cheio o carro. Dessa vez o brinde foi um buraco bem feito.

e eu pensei de novo...

alguém estava à toa no último andar de um prédio, e aproveitou para jogar uma pedra pela janela para se divertir num domingo de sol. Ou teve faxina no céu, e fui premiada com um biscoito velho e endurecido.

a injustiça foi feita. e nem culpado eu tenho. mas meu carro tem um galo do avesso...

acho que tenho que começar a sair a pé, de sombrinha, é claro.

supercalifragilisticexpialidocious

e o quarto todo se arrumou
e a sala também!
e por um milagre a monografia se escreveu sozinha! com a minha letra!

ah! se Mary Poppins passasse aqui em casa.........

quando o mundo parece muito pior do que ele é

tenho 2 double deal e ninguém pra acompanhar

apimentado não?

alianças

a gente passa a vida colecionando pessoas e, como todos aqueles emails que costuma-se receber sobre amizade já disseram, algumas ficam coladas nos albuns e as outras tantas a gente perde de vista. tentaram então inventar o orkut para que a vista alcançasse os perdidos de volta, e ele realmente serve para lembrar que essas pessoas têm vida, têm livros e filmes preferidos e o melhor: fotos! para que a gente realmente acredite que elas existe por aí em algum lugar.
as vezes eu olho aqueles 371 amigos e me da uma solidão imediata de pensar que 10% deles fazem realmente parte dos meus dias e das minhas lembranças.
meu aniversário é uma data ingrata, ressaca de ano novo, as pessoas lembram mesmo é no dia seguinte, mas antes do orkut eu recebia poucas ligações, agora só familia telefona! é só recado no orkut, no ultimo, umas 200 pessoas me mandaram os parabéns, dessas 200, 90% só sabem a data porque a minha fotinho fica lá um mês inteiro aparecendo. e assim vai. os mais próximos pensam que recado no orkut já está valendo, os outros... enfim...
e aí a gente se sente super querido. e de ano em ano eu revejo aqueles rostos quase desconhecidas na minha página de recados.
e claro, fico feliz. mesmo assim.
depois do orkut, aqueles encontros repentinos com pessoas distantes perderam um pouco a graça. todo mundo já sabe o que você faz, qual é a cara do seu namorado e com quem você anda se encontrando. aí você diz, "estou me mudando"! e a pessoa diz, depois de 7 anos sem te ver, "é, eu fiquei sabendo". ficou sabendo? não tem chanche! não existe novidade! com o orkut todo mundo sabe o que você faz.

e depois disso tudo, lá continuam os meus 2775 recados minhas 8 fotos, meus 2 filmes e minhas 45 comunidades. tudo botton, e eu não apago.

e eu fico pensando naqueles meus amigos que não têm orkut. eu lembro deles, mesmo sem foto, mas será que eles recebem ligações de aniversário?

um pé no aeroporto

sabe-se lá o que é a clickair, mas é disso aí que vou para Barcelona.

Entre maquetes

eu sempre estranho o ultimo dia de um lugar.
vou vivendo todos os dias, mas quando chega o ultimo parece que tudo muda.
Olho para tudo querendo fazer com que os minimos detalhes entrem nas minhas lembrancas para nunca mais sair. e para isso nao bastam as infindaveis fotos. tem uma coisa a mais,, e nao tem pelicula cientifica que capture.
passei ontem o dia capturando essas coisinhas.

Praga é uma cidade fragil, dentro de todas as grandes estruturas de predios, castelos e pontes. quando o aviao estava descendo tive a impressao que estava entrando em uma cidade-maquete. e era isso mesmo. uma maquete gigante, cheia de detalhes enormes.
passei os dias fugindo de turistas e de museus enganacao, me escondendo nas galeriazinhas, nas lojas de camera (que sao as mais bonitas que ja vi), nas livrarias e claro nas muitas paletras e performances da quadrienal (que sera um post a parte).

e depois que eu passei dias construindo a minha cidade de Praga, é estranho pensar que eu posso nunca mais voltar...

par

eu penso que é assim
chega uma hora que o amor transborda e é hora de casar.
e fazer o amor transbordar pelas estantes e na cor das paredes.

"ta chorando? você é pior que meu pai"

ela é linda
tem data marcada
vestido branco
e louça comprada

consequencia

e foi por causa da bicicleta que resolvi colocar um post no blog velho
quando eu descobri que de tão velho eu tinha perdido senha nome, tudo.
então criei coragem mais uma vez e comecei tudo de novo.

bom assim

é como andar de bicicleta

Eu tinha me esquecido da sensação
Quando vi, ela já estava encostada na porta, pronta para ser usada. Pneu um pouco murcho, banco um pouco alto, tudo um tanto empoeirado.
Só de olhar o coração disparou.
Fomos caminhando até a rua de trás, quase sem saída, quase sem entrada, assim, pra ninguém atrapalhar.
Equilibrio para subir. gira o pedal. "tem que subir e sair andando" ele falou.
o sair andando era a parte mais difícil.
mas era simples assim. era só subir, sair pedalando e torcer para o braço parar de tremer. subi a rua até onde pude, mas a curva não aprendi a fazer. não vira!
"que vergonha, eu não sei dar a volta"
e ele me disse que "é bonito" e eu perdi o medo.
parei virei e desci assim sozinha sem rodinha.
como é bom!! como é bom!

no fim, deixei a bicicleta e entrei no carro (que ainda obedece mais aos meus comandos). e não pude segurar a lágrima de tamanha felicidade!

e é verdade que a gente nunca esquece!